sexta-feira, 8 de junho de 2012

Para sobreviver à chuva, mosquitos pegam 'carona' nas gotas

Cientistas capturaram imagens para saber como insetos viajam sob ambientes adversos

O corpo pequeno e leve dos mosquitos é a chave para que espécies do tipo tenham a habilidade de sobreviver enquanto voam sob a chuva, afirmam cientistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia. Uma equipe de pesquisadores filmou os insetos colidindo com gotas d'água e descobriu que em vez de obstruir o caminho, a chuva dá "carona" aos pequenos bichos. Os resultados do estudo foram publicados no Proceedings of the National Academy of Sciences.
Todos os mosquitos atingidos durante o experimento escaparam das gotas antes de chegarem ao chão - BBC/Reprodução
BBC/Reprodução
Todos os mosquitos atingidos durante o experimento escaparam das gotas antes de chegarem ao chão
Além de ajudar a compreender como os insetos vivem em ambientes úmidos, a pesquisa pode auxiliar no desenvolvimento de robôs voadores impermeáveis. "Acredito que as pessoas começarão a ver a chuva de outra forma. Se você é pequeno, ela pode ser muito perigosa. Mas parece que esses mosquitos são tão ínfimos que estão seguros", disse David Hu, um dos líderes da pesquisa.
A equipe acertou mosquitos com gotas d'água - no que foi classificado como "o mais difícil jogo de dardos de todos os tempos" - e registrou os resultados em vídeo. Cada gota tem entre duas e 50 vezes o peso dos insetos, o que fez com que as conclusões fossem ainda mais impressionantes.
"A filosofia Tai chi diz que se você não resistir à força do seu oponente, não vai senti-la. É por isso que eles não sentem a gota. Simplesmente se unem a ela, se fundem e viajam juntos", analisou Hu.
Quando dois objetos em movimento colidem, a força causada pelo choque é sentida em ambos os corpos e pode causar estragos. É só pensar em um carro a cerca de 50 km/h batendo em uma parede - ambos absorvem a energia do automóvel em movimento, e ambos acabam destruídos.
Como o mosquito é muito mais leve que a gota, praticamente não oferece resistência durante a colisão, que praticamente não é sentida. Logo, a absorção da energia é praticamente nula para ambos os corpos.
Mas sobreviver às gotas - que para os mosquistos poderia ser uma chuva de meteoros - é só o primeiro dos desafios. Depois que o inseto se funde à estrutura de água, deve escapar dela antes que ela o esmague ao atingir o cão a cerca de 30 km/h. É aí que entram em ação os pelos repelentes dos bichinhos, que se provam mais um ponto crucial para sua sobrvivência.
Segundo os pesquisadores, todos os mosquitos atingidos durante o experimento conseguiram escapar antes das gotas d'água antes que essas chegassem ao chão.

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